domingo, 18 de julho de 2010

Estilos de vinculação

Desenvolvimento do sistema de vinculação:

Dos 0 aos 6 meses:
O bebé põe em acção os processos de discriminação em que discrimina a mãe de entre todos e mais tarde por volta dos 6 meses discrimina o 3º elemento – o pai.
Dos 6 meses aos 3 anos:
Entre os 7 e os 9 meses a criança distingue os familiares dos estranhos, nesta fase é natural que a criança não queira ir para o colo de estranhos – é bom que estranhe! Nesta fase as crianças começam a entender as relações de causa efeito.

Após os 3 anos:
A criança desenvolve uma vontade própria e uma compreensão das intenções do outro. O aumento das capacidades cognitivas da criança permite-lhe suportar o afastamento da figura de vinculação.

Tipos de Vinculação:

Vinculação Segura:
· A criança utiliza a mãe como base de segurança a partir da qual explora o meio.
· A criança chora com pouca frequência no entanto, nos momentos de separação mostra-se perturbada e não é reconfortada por outras pessoas.
· Nos reencontros com a mãe, a criança saúda-a activamente, sinaliza-a e procura o contacto com ela.
· Existe equilíbrio entre os comportamentos de vinculação e de exploração.

Vinculação Insegura Ambivalente:
· A criança permanece junto da mãe, aparenta alguma ansiedade e explora pouco o meio.
· Nos momentos de separação a criança mostra-se muito perturbada.
· Nos reencontros com a mãe o comportamento da criança pode alternar, entre tentativas de contacto e contacto com sinais de rejeição (empurrar, pontapés…)
· Após o reencontro com a mãe, a criança fica vigilante.
· Os comportamentos de vinculação predominam face aos comportamentos exploratórios.

Vinculação Insegura Evitante:
· A criança permanece mais ou menos indiferente quanto à proximidade da mãe e entrega-se à exploração do meio.
· Na ausência da mãe a criança pode chorar ou não e, se ficar perturbada é provável que outras pessoas a
consigam reconfortar.
· Nos reencontros com a mãe, a criança desvia o olhar e evita o contacto com ela.
· Os comportamentos exploratórios prevalecem face aos comportamentos de vinculação.

Vinculação Desorganizada:
· O comportamento da criança parece não ter um objectivo claro ou uma explicação.
· A criança executa movimentos incompletos, estereotipados e paragens.
· A criança manifesta medo da mãe e alguma confusão ou desorientação.

A vinculação segura proporciona à criança uma maior disponibilidade de fazer mais aprendizagens, uma vez que se sente segura, a criança canaliza a sua energia psíquica para a exploração do meio que a rodeia. As mães de crianças seguras revelam-se empáticas face às necessidades da criança, sendo que identificam os sinais da criança e reagem pronta e adequadamente à sinalização. Avaliam o cuidado a prestar à criança, principalmente, em função da situação e do temperamento da criança. São por norma mães disponíveis, carinhosas e cooperantes.
                                                                                  Paula Caleça (Psicóloga Educacional)

Com base na teoria da vinculação Hazan e Shaver definiram três estilos nas relações íntimas (estilos de vinculação):

Estilo Seguro: Considero ser relativamente fácil ficar próximo(a) de outras pessoas e sinto-me confortável quando dependo delas. Habitualmente não me preocupo com a possibilidade de ser abandonado(a) ou de alguém se aproximar demasiado de mim.
Neste padrão, durante a infância, a mãe revelou capacidade empática.

Estilo Inseguro-ansioso/ambivalente: Acho que as outras pessoas estão relutantes em ficar tão próximas de mim como eu gostaria. Preocupo-me, muitas vezes, que o meu companheiro (minha companheira) não me ame realmente, que não me queira, ou que não queira ficar comigo. Quero ficar muito próximo(a) do meu companheiro (minha companheira) e este desejo, às vezes, afastao(a).
Neste padrão, durante a infância, os sentimentos da mãe prevaleceram sobre os da criança.

Estilo Inseguro-evitante: Sinto-me algo desconfortável ao ser próximo(a) de outras pessoas. Sinto dificuldade em confiar nelas completamente e a permitir a mim próprio depender delas. Fico nervoso(a) quando alguém fica demasiado próximo de mim e, muitas vezes, os meus companheiros amorosos querem que eu seja mais íntimo ( a) do que me sinto confortável a ser.
Neste padrão, durante a infância, a mãe revelou indiferença para com a criança.

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